terça-feira, 30 de abril de 2013

Era uma vez uma mulher de quase 30 anos...








Era uma vez uma mulher de quase 30 anos, que mora com os pais e está incapacitada de trabalhar. Bonita, casada, cheia de amigos e uma grande, fraterna e briguenta família.
Em algum momento de sua vida tudo fez com que se resumisse ao estado sincopal com a qual se encontra.
Sem poder trabalhar, a espera de um milagre que a ajude a encontrar um pouco de qualidade de vida.
Essa pessoa sou eu, em primeira pessoa retomo a história.
No exato momento acordo antes das 5 da manhã, uma situação comum, desde que me tornei dependente de ansiolítico para dominar minha insônia, acaba seu efeito, acaba-se o sono, desperto quase como que se a cama fosse algo repudioso, simplesmente não consigo ficar nela e os olhos abrem sem meu comando.
Curiosamente ou não, levanto verificando como estão meus cães e gatas, a louça ou qualquer outra coisa exceto tomar o café da manhã como deveria ser feito, ou escovar os dentes de uma vez, ou tomar banho, bem, se fosse um pouco mais tarde, tomaria sim, mas o café, só depois de qualquer outra coisa que possa me tomar cerca de até 1h.
Daí vem os remédios, para o refluxo gastresofágico, que só tomo quando ataca minha asia, o vasoconstritor e a hidrocortisona para o retorno venoso, retenção de líquido e o que deveria funcionar para amenizar minha cardiopatia, o anticoncepcional ininterrupto para a menstruação não "secar todo o meu sangue", preciso dele, pois sou hipovolêmica e no momento também manifesto hemorragia proveniente de algum problema hormonal, ovariano ou uterino, além de o antidepressivo que é anoréxico, o qu e no momento ” tá foda” sentir apetite até por chocolate.
Após o ritual tento me ocupar com qualquer coisa que me leve a retornar a cama. Escrevo, leio jornal, faço artesanato (um mais novo talento inútil). Por que você não aproveita e começa seus afazeres do dia? Vocês se perguntam, não é tão simples, caros leitores.
Moro no Brasil, um país tropical, interior do estado do Rio de Janeiro, ou seja, um lugar quente, entre a região dos lagos e a região serrana. O calor me faz muito mal, minha pressão abaixa, o sangue desce, o retorno venoso é deficiente, meu sistema Simpático e Parassimpático é na verdade Antipático (piadinha de um cardiologista amigo meu), não funciona, e o batimento que deveria aumentar para aumentar a pressão não quer fazer isso, resumindo, eu desmaio, como uma jaca recém-caída da árvore, me machuco, já sofri acidentes significativos que me levaram a condição atual de, "vou deitar porque lá vem o sol e não estou a fim de me machucar", nem sempre foi assim, mas chegarei lá.