“Em seu livro, Balzac faz uma apologia às mulheres de mais
idade que, emocionalmente amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude
-...”
Pode se aprender muita coisa aos trinta, e muito, muito mais
após, já dizia Honoré Balzac em seu livro A Mulher de Trinta Anos.
Porque as mulheres se acham mais bonitas ou dizem que se
sentem mais bonitas quando chegam aos trinta?
Bom, posso dizer por mim que me acho mais bonita hoje que há
10 anos, sem demagogia, sendo hoje mais segura de mim, dos meus quereres, não
quereres, pretensões e despretensão.
Não pergunto mais para o meu marido, após me vestir se estou
bonita por querer agradá-lo ou ao meu ego, pode ser pelos dois, mas na maioria
das vezes é porque eu o amo e quero que ele se sinta confortável ao meu lado
praticando eu, o desapego da Narcisa em mim.
Descobri aos 29 anos a comprar o tamanho certo do meu sutiã,
pode? Pode, ué, antes eu não me preocupava em estar confortável e bonita,
valorizar e me adequar a qualquer roupa que queria usar, era uma coisa ou outra.
Percebi por volta de um ano que posso usar cores vibrantes
ao mesmo tempo, sem nóia, porque me sinto muito mais eu assim.
Que se pode sim aprender com os erros dos outros principalmente
no que NÃO vestir (veneninho).
Em prática, revelo que tem menos de um ano que fui numa
noitada de sapatilha e me senti “super” bem, mesmo com todas as minhas amigas
calçando saltos enormes.
Que é muito mais legal fazer compras quando se descobre seu
verdadeiro estilo e isso requer tempo e atenção dada pela paciência adquirida
em anos.
Que os homens não são cachorros, porque o cachorro é um ser
fiel e leal, eles estão mais para gatos que correm atrás de gatas no cio por
meses, coitados.
Que os sapos são muito mais legais que os príncipes (minha
primeira grande descoberta).
Que você não precisa estar na moda ou copiar as roupas das
suas amigas ou das mocinhas de novela, principalmente quando não dá pra entrar num
manequim 36.
Que as marcas de expressão e ruguinhas estão aparecendo, mas
em compensação sua MAKE vai se aprimorando.
Que escrachar, se jogar, descaralhar e rir numa reuniãozinha
com os amigos é muito melhor que qualquer figuração.
Ontem depois de 29 anos e meio de vida encontrei a base
ideal pro meu tom de pele tanto em cor como em textura, fantástico isso!
Que é certo que quando você se sente bem consigo mesma as
pessoas reparam, te acham mais bonita e quem não acha tá com inveja.
Que como é cada vez melhor perder os benditos quilinhos excessivos
depois de uma boa dedicação já que seu metabolismo está desacelerando, mas que
se não os perdeu, sabe-se bem como disfarça-los.
Que ler, ouvir musica e ficar quietinha só com você mesma
não tem preço.
Que o peso que você tinha há dez anos não vai ser o mesmo,
nem as medidas, mas que na verdade, é na sua calça jeans favorita que você quer
caber.
Que se toda mulher deslumbrante fosse bem acompanhada a Isabeli
Fontana não trocaria o Henri Castelli por aquela cabeleira do Marcelo Falcão.
Que valorizar a beleza de outra mulher não desvaloriza a sua,
a competição cansa.
Que sua sexualidade está no ponto certo, porque deu tempo de
experimentar, conhecer para escolher. Bem vindo prazer!
Que é digno perdoar para ser feliz se a sua amargura te
impede de viver e que se danem os outros, só a gente sabe o que passa dentro da
gente.
O poder de saber que viveu experiências maduras, ou não, mas
que te tornaram a grande mulher que é e ainda pode melhorar com os anos a
frente;
Que se pode conversar de tudo, desde política a cor de esmalte,
o negócio é ter assunto;
Aos quase trinta se descobre que se pode sim, deixar pra
mais tarde uma gravidez, que é melhor ter uma cabeça receptiva para a maior
responsabilidade e dedicação da sua vida, ser mãe, agradecemos a evolução da
medicina.
E o melhor, que as descobertas estão apenas começando.
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