quinta-feira, 24 de abril de 2014

Esta Vida Efêmera e a Dor da Perda

 
Meu irmão está de luto pela perda de um amigo /irmão inigualável e vê-lo sofrer me deixa de luto, pois quanto mais sei sobre o Alvaro, mais sinto pela perda de um anjo na vida de meu irmão, e o quanto ele fará falta. Me dá um pânico saber que a vida é tão efêmera e que a morte chega sem avisar podendo levar vidas tão preciosas pra mim como acontece neste momento com ele.
O Álvaro, eu não conhecia, mas pela descrição de meu irmão, era diferente, espiritualizado, bondoso e o adotou, mesmo sedo mais novo, era quem o aconselhava e ao mesmo tempo se espelhava nele, quem ele confiava sua própria casa e seus mais preciosos cuidados.
Fico feliz por ter amigos com os quais posso ser assim e que são assim comigo, e triste em refletir e saber que posso estudar 100 anos o Evangelho Segundo o Espiritismo que é a minha religião, ou a Bíblia, ou ouvir sábias palavras e assistir o sofrimento da perda de outras pessoas, que sei, que nunca estarei preparada para tal fatalidade. É um desabafo e uma autocrítica o que estou fazendo aqui, estudo sobre reencarnação e sigo a linha de raciocínio que estamos apenas em um mundo intermedário, que estamos de passagem e que nenhum sofrimento é por acaso, assim como nenhum amor dedicado é em vão, mas não posso afirmar que isto me torna mais sábia ao passar por tal fardo, sofro como qualquer leigo, choro, me entristeço, questiono este mundo tão cruel, onde as melhores pessoas são capazes de ser assassinadas por banalidades, me entristeço por não ser tão forte como gostaria, por de repente não ter sido a fortaleza que meu irmão precisava pra se apoiar e ao mesmo tempo fico feliz de sentir a dor dele e ele poder se sentir a vontade em demonstrar sua tristeza e revelar sua fraqueza tão humana e sentimento de impotência, de sua revolta pela forma revoltante com a qual seu amigo foi usurpado. Então, no fim, me resta orar para que seu espírito siga seu caminho e que a dor mundana não o aprisione ainda mais neste mundo que já não é mais dele e que o sofrimento se transforme em saudade, porque a tarefa do Álvaro em semear amor foi muito bem realizada, meu irmão ainda consegue sentir, e também eu que nem o conhecia.

Santo Agostinho

A morte não é nada.
Eu somente passei
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?

Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

segunda-feira, 10 de março de 2014

DES, o prefixo do desrespeito está em alta.


A desatenção, o desgoverno, o desecretariado, são os focos da minha crônica de hoje, deve ser pra combinar com a minha desautonomia, o prefixo "DES" está em alta, infelizmente.
O não cumprimento de atenções básicas provenientes de órgão públicos e particulares são extremamente DESagradáveis.
A prefeitura teve a brilhante idéia de cancelar a chegada de medicamentos especiais pra a população, cancelar é pra mim a melhor palavra para descrever este absurdo, pense em um secretariado de saúde que não apenas deixa de comunicar a vinda de medicamentos essenciais para a vida de cada solicitante, como também, não comunica, apenas responde a nossa pergunta, Cadè nossa medicação? com um NÃO têm, NÃO chegou, só chegará após novo cadastro com o prazo de "corra se puder", pois avisar que o recadastramento para avaliação fechará na sexta antes do carnaval, é o que?
Uma tristeza indiginatória passa por minha mente e com certeza pela mente de todos que passaram por este DESprazer, o secretário de saúde é médico, não é gente? Lidar com enfermos não ajudou a se preocupar mais com a saúde destes? Parece que não, e o tão aclamado discurso de que "a saúde está em primeiro lugar da atual prefeita", se encaixa onde?
Para não ficar parecendo apenas uma crítica governamental, venho aqui defender que a atenção particular também não está muito longe da insensibilidade. Conto a vocês que ao comparecer ao consultório de minha cardiologista, ansiosa por acelerar meu pedido de preenchimento de laudo de medicação especial, ouço um sonoro "não posso" - só poderei resolver depois do carnaval, estou atrasada, está tarde, meu carro vai ficar preso no estacionamento...blábláblá. Isso tudo pra não preencher as 4 guias, um laudo e as receitas, todas na mesma data, chata burocracia, mas e eu com isso?
Como boa boba que sou, aguardei solenemente a resposta via email, não ocorreu, e depois de duas ligações para o consultório com 4 secretárias quadruplamente DESnecessárias, ouço um novo não, a Dra só poderá resolver isso na terça (2 semanas depois), e eu, do outro lado, em súplicas, - mas eu preciso disso pra ontem.
Eu, ingênua, ligo diretamente para a médica, com a maior calma e educação, com o meu sangue quase se transformando em sangue de barata, para escutar imaginem o quê?
Vocês tem noção da sequência de fodas que eu tomei? Desculpe o termo...

  1. sem remédio, tive que gastar mais de 500 reais em uma única medicação, sendo que tomo mais algumas;
  2. tive que pagar 400 reais em uma consulta inútil em plena quinta, vépera de carnaval, lá em Ipanema, com direito a 3 h de trânsito;
  3. tomei não do governo e da minha médica, mega cara, especialista;
  4. fiquei sem documentação;
  5. sem remédio por quase uma semana, esperando a importadora chegar;
  6. e ganhei choros de raiva, náuseas e uma bela dor de cabeça?  
E se eu não tivesse como comprar ou conseguir os remédios? E quem não têm condições financeiras nem pra emergência?
O que é que acontece com esse mundo de médicos que fazem o juramento de encher o bolso e deixam o de Hipócrates pra lá?
Tem povo sem vergonha, políticos nem se fala, a saúde virou comércio e a gente ainda paga pra se estressar!
Ah, mais uma coisa, atenção advogados de direito previdenciário, médicos com preguiça da burocracia nem laudos fidedignos querem passar, onde isso tudo vai parar?