segunda-feira, 10 de março de 2014

DES, o prefixo do desrespeito está em alta.


A desatenção, o desgoverno, o desecretariado, são os focos da minha crônica de hoje, deve ser pra combinar com a minha desautonomia, o prefixo "DES" está em alta, infelizmente.
O não cumprimento de atenções básicas provenientes de órgão públicos e particulares são extremamente DESagradáveis.
A prefeitura teve a brilhante idéia de cancelar a chegada de medicamentos especiais pra a população, cancelar é pra mim a melhor palavra para descrever este absurdo, pense em um secretariado de saúde que não apenas deixa de comunicar a vinda de medicamentos essenciais para a vida de cada solicitante, como também, não comunica, apenas responde a nossa pergunta, Cadè nossa medicação? com um NÃO têm, NÃO chegou, só chegará após novo cadastro com o prazo de "corra se puder", pois avisar que o recadastramento para avaliação fechará na sexta antes do carnaval, é o que?
Uma tristeza indiginatória passa por minha mente e com certeza pela mente de todos que passaram por este DESprazer, o secretário de saúde é médico, não é gente? Lidar com enfermos não ajudou a se preocupar mais com a saúde destes? Parece que não, e o tão aclamado discurso de que "a saúde está em primeiro lugar da atual prefeita", se encaixa onde?
Para não ficar parecendo apenas uma crítica governamental, venho aqui defender que a atenção particular também não está muito longe da insensibilidade. Conto a vocês que ao comparecer ao consultório de minha cardiologista, ansiosa por acelerar meu pedido de preenchimento de laudo de medicação especial, ouço um sonoro "não posso" - só poderei resolver depois do carnaval, estou atrasada, está tarde, meu carro vai ficar preso no estacionamento...blábláblá. Isso tudo pra não preencher as 4 guias, um laudo e as receitas, todas na mesma data, chata burocracia, mas e eu com isso?
Como boa boba que sou, aguardei solenemente a resposta via email, não ocorreu, e depois de duas ligações para o consultório com 4 secretárias quadruplamente DESnecessárias, ouço um novo não, a Dra só poderá resolver isso na terça (2 semanas depois), e eu, do outro lado, em súplicas, - mas eu preciso disso pra ontem.
Eu, ingênua, ligo diretamente para a médica, com a maior calma e educação, com o meu sangue quase se transformando em sangue de barata, para escutar imaginem o quê?
Vocês tem noção da sequência de fodas que eu tomei? Desculpe o termo...

  1. sem remédio, tive que gastar mais de 500 reais em uma única medicação, sendo que tomo mais algumas;
  2. tive que pagar 400 reais em uma consulta inútil em plena quinta, vépera de carnaval, lá em Ipanema, com direito a 3 h de trânsito;
  3. tomei não do governo e da minha médica, mega cara, especialista;
  4. fiquei sem documentação;
  5. sem remédio por quase uma semana, esperando a importadora chegar;
  6. e ganhei choros de raiva, náuseas e uma bela dor de cabeça?  
E se eu não tivesse como comprar ou conseguir os remédios? E quem não têm condições financeiras nem pra emergência?
O que é que acontece com esse mundo de médicos que fazem o juramento de encher o bolso e deixam o de Hipócrates pra lá?
Tem povo sem vergonha, políticos nem se fala, a saúde virou comércio e a gente ainda paga pra se estressar!
Ah, mais uma coisa, atenção advogados de direito previdenciário, médicos com preguiça da burocracia nem laudos fidedignos querem passar, onde isso tudo vai parar?

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