domingo, 11 de agosto de 2013

NEM PRECISAVA SER TÃO ASSIM.


Nunca vejo televisão aberta e por um acaso, mentira, acaso não existe, estava passando o Caldeirão que eu também nem gosto, então eu vi só a ultima parte do programa que fechou com uma mulher de 38 anos que tinha o sonho de conhecer seu pai, com o marido desempregado, três filhos adotados e morando de favor na casa da sogra ela só tinha o desejo de conhecer o pai, ela chorou e agradeceu a oportunidade de conhecê-lo já que o programa concedeu essa graça.
Eu entendi quando ela falou que amava uma pessoa que nunca conheceu e senti muito por isso, amor assim é incondicional mesmo, me compadeci porque ela não teve o que tive e tenho você, não um pai qualquer desses que bota no mundo ou cria de qualquer jeito, ou até cria da melhor forma que pode, mas não é você.
Porque você tem a palavra que me acalma, me orienta, norteia, aquece, simplifica ou complica para o meu próprio bem;
É a presença que preenche sem precisar dizer nada;
É quem fala demais, mas se não falasse não seria você e eu não seria eu e não teria aprendido tanta coisa;
É a pessoa mais conflitante que eu conheço e assim me inspira a criticar o mundo para extrair o que ele tem de melhor;
É o que afaga e defende um erro alheio pra mostrar compaixão ou aponta pra mostrar o exemplo e me mostra mesmo com seus próprios erros.
Dizem que os pais tem que dar o exemplo, EU concordo, mas não é só o exemplo bonito, bem composto e cheio de consciência e boa educação, mas o exemplo do tropeço, da frustração, das situações ruins que podemos nos meter, mas que apesar de tudo podemos contorná-los e aprender com eles. 
Pode ser um pouco porque não gosto de heróis, não desses perfeitos e imaculados, gosto mesmo dos anti-heróis que erram e fazem de tudo para salvar quem merece, quem eles realmente amam, mostrando que seguem muito mais seus corações defendendo o que realmente acreditam que o que a sociedade impõe.
Os pais são nossos anti-heróis, a gente ama o lado bom, o lado ruim, os erros e os acertos e sabe que vamos como filhos, ser amados de qualquer maneira, em qualquer lugar e de qualquer jeito.
Eu sinto dizer que nunca vou pode retribuir o que você faz, é, e representa pra mim, porque nessa vida vim como filha e você como o melhor pai, porque é meu, é meu amigo e porque sorri como ninguém e o tempo todo e ama a minha mãe e é teimoso de um jeito lindo e adora cachorros e trata muito bem os meus amigos, perdoa os que te magoam e protege quem ama e se compadece e se irrita e se alegra e se quebra (e como) e se faz de um jeito seu que é só meu, o meu jeito de te amar é você ser você, assim do jeito que é.
E o meu jeito de te amar é de qualquer maneira, de qualquer jeito, em qualquer lugar do jeito que você é, porque você é perfeito pra mim, assim desse jeito seu.
E o melhor, é uma pessoa magnífica pra os outros, nem precisava ser tão assim, tão bom, tão maravilhoso, te amaria de qualquer maneira, mas papai do céu me mandou você assim, o que se há de fazer?

PS: Desculpa, não sei consertar o seu relógio.

domingo, 4 de agosto de 2013

Um pouco de rebeldia não faz mal a ninguém.




Tentando parar a natureza de ser agitada me encontro despersonalizada, assistindo minha vida de fora, retorno ao início pra encontrar migalhas deixadas propositalmente indicando um meio de voltar a ser o que mais gostava.
O que mais gostava era minha audácia em rebater minhas limitações com um FODA-SE bem grande, a maturidade me fez enxergar os males que isso causou ao meu corpo e a mente dos que me amam e se preocupam comigo.
Só que se você deixar de se importar com o que sempre te motivou tudo perde o sentido e prefiro o meu eu desbravador que o conciliador embora em termos de preservação de meu aparelho corpal seja mais indicado.
Uma mente inquieta e ansiosa como a minha não consegue mesmo tentando, abstrair seus desejos e quereres tão facilmente e quando abstraído depois de certo tempo tudo se torna vazio e sem gosto.
A tentativa de ser eu agora é ser simplesmente eu, sem comparações com as demais pessoas, mas me comparando com a Carol que sempre quis ser.

sábado, 3 de agosto de 2013

Um Papo Filosófico




De todas as pessoas do mundo ninguém tem mais talento para te magoar que as pessoas que você mais ama, de todas as invejas, urucubacas e mau agouros, que Deus nos proteja, a gente reza, despacha, afoga ou queima, mas com as coisas delicadas que as pessoas amadas dizem de você, sobre você e com você principalmente, se forem verdade então, doem, e não tem nada mais doido que eu possa conhecer.
O mal de apertar a ferida, o jogar na cara suas frustrações. Eu, por excelência, sofro do medo de ter medo de viver tudo que eu possa fazer dentro dessa vida que me foi dada e isso traz cobranças imensas de nosso próprio inconsciente, tá pra existir alguém que te cobre mais que você mesmo, não é verdade?
Assim como alguém que te engane mais que sua própria sombra e te afaste mais da realidade que seus maiores medos, no fim lidar consigo mesmo é o pior.
Por praticar e me interessar por manifestações físicas decorrentes do mal das mentes inquietas, com medo, com manias, defendo que todo mundo precisa de terapia, mas fiquem à vontade para discordar.
A parada é dura, porque se você se descuida de uma mazela ela pode piorar e possibilitar o surgimento de outras, logo, por analogia, se você não cuida de suas limitações psíquicas, elas te limitam.
Se por um acaso você entrar em contato com um vírus feroz depois de uma pseudomelhoria seu corpo suscetível caí, assim como, se você entrar em contato com alguma situação, pessoa, discussão ou estresse que te relembre o quão frágil é o seu muro imaginário e subliminar de proteção de suas próprias frustrações, medos, neuras e transtornos, ele logo desmorona e de fato pode causar um dano muito maior do que o que você tentou consertar no início.
O consertar é na verdade tentar lidar, mudar o que se pode, e aceitar o que não, com fé em Deus ou na taba, mas principalmente em si mesmo, vamos fortalecer nossos “eus” os meus estão embaralhados e frágeis e os seus?